Vendas do varejo crescem na quinzena, mas não recuperam perdas
Na modalidade à vista, as vendas na capital paulista avançaram 1,8% no período, compensando o recuo de 0,2% nas transações a prazo, segundo levantamento da ACSP. A inadimplência no varejo está em 4,7%
As vendas do varejo da cidade de São Paulo cresceram 0,8% na primeira quinzena de julho, na comparação com igual período do ano passado. Mas ainda é cedo para considerar que s trata de uma reversão na situação do comércio e da economia. A alta ocorreu sobre uma base fraca.
Influenciada negativamente pelos jogos da Copa, que paralisaram as vendas durante as partidas da seleção, a primeira quinzena de julho do ano passado apresentou uma queda de mais de 6% nas vendas. A pequena alta de agora passou longe de compensar o recuo de 2014.
Os números são de levantamento da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), que se baseia em dados da Boa Vista SCPC. Fragmentando a alta de 0,8 é possível observar que as vendas a prazo, que costumam ser de maior valor, recuaram 0,2%. Mas foram compensadas pela alta de 1,8% das vendas à vista.
Segundo Alencar Burti, presidente da ACSP e da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp), o desempenho é positivo, mas com ressalvas. “Os dados não podem ser projetados para o restante do mês ou do ano. Mas sabemos que a segunda metade do ano tradicionalmente é melhor para o comércio”, diz.
Já na comparação entre a primeira quinzena de julho e os quinze primeiros dias de junho os dados apontam uma queda de 8%. Nessa comparação a influência foi a base forte dos primeiros quinze dias de junho, que recebeu o Dia dos Namorados, uma das mais importantes datas para o varejo.
INADIMPLÊNCIA
Na primeira quinzena de julho a inadimplência recuou 5% na comparação com igual período do ano passado. O resultado, segundo Emílio Alfieri, economista da ACSP, reflete a menor disponibilidade de crédito para consumo. Porém, na comparação com junho de 2015, o índice avançou 24%, o que, de acordo com o economista, ainda reflete algumas dívidas contraídas em maio, no Dia das Mães.
A inadimplência medida pela ACSP equivale a 4,7% da carteira, percentual considerado aceitável pela entidade.
Já o Índice de Recuperação de Crédito (IRC), que analisa os cancelamentos de dívidas, registrou recuo de 5,6% ante julho de 2014 e elevação de 25,4% em relação à primeira quinzena de junho de 2015.
Para Alencar Burti, esses números indicam que as empresas estão realizando campanhas mais efetivas para a recuperação de crédito. “Os dados da inadimplência sinalizam estabilidade. As quedas interanuais não são muito significativas. Contudo, é preciso ficar de olho na conjuntura: se o desemprego crescer e a massa salarial cair, pode ser que os níveis se elevem”, afirma o presidente da ACSP e da Facesp.
CALOTES
O Citibank reduziu as operações de crédito no Brasil no segundo trimestre, em meio a um aumento da inadimplência. A carteira de crédito ao consumo do banco fechou junho em US$ 3,4 bilhões, queda de 6,2% na comparação com o mesmo período de 2014.
Ao mesmo tempo, os calotes, considerando os atrasos acima de 90 dias, subiram de 1,9% para 2,4%.
FOTO: Nilton Fukuda/ Estadão Conteúdo
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